sexta-feira, abril 21, 2006

Medo

Hoje, agora estou com medo.

É raro, mas às vezes acontece.
É o regresso da noção de que vou morrer cedo.

Mas o medo não é lógico. Não existe.
No entanto, por vezes, está lá. Ou melhor, cá. Cá dentro.

Enche encolhendo o peito.
Atraca o coração entre os pulmões.
Faz subir o estômago dominando ferozmente o diafragma.

Dilata o cérebro dentro do crâneo.
Faz sobressair (ainda mais) as pupilas.

O meu corpo está a pedir tréguas e descanso.
A máquina já ronca e ameaça gripar.
Talvez este reconhecimento de fraqueza tenha originado o medo.

Os períodos de consciência entre sonos deixaram de ser 99%.
São agora de 80% ou menos.
Perigo.

A memória falha. O discurso salta ou pára sem controlo.

Já nem dá para satisfazer o grau de "workaolicismo".

Será devido às férias da próxima semana?

Bah.